Em 1º lugar, eu gostaria de agradecer o convite da organização para falar algumas palavras na mais tradicional e mais importante festa do tênis campineiro, da qual eu faço questão de participar.
A Raquete de Ouro é o torneio mais importante de Campinas e região, e com certeza o maior e mais tradicional torneio do interior do Brasil (hoje com mais de 800 participantes), perdendo apenas para as grandes capitais.
Pela Raquete de Ouro passaram todos os jogadores de Campinas, sem exceção, nomes como nosso presidente Amadeu Galli, Gustavo Tella Ferreira, João Soares, Luciana Tella, Flávio Saretta, André Moreira, Ricardo Mello, entre outros.
Bom, aproveitando o momento, eu gostaria de passar um pouco a experiência que eu tive neste ano de 2004 com o Ricardo Mello.
Anos atrás, eu travava com ele uma batalha diária para que ele chegasse sempre no horário nos treinos, fizesse musculação todos os dias, se alimentasse bem, alongasse, etc. Hoje, isto não é mais necessário. Ele sabe que tudo isso é muito importante, e faz tudo sem abrir a boca.
Há muitos anos que eu digo para ele: “Você tem muito talento. Se conseguir juntar todos os outros fatores, você pode ir muito longe…” Eu nunca tive dúvidas que o Ricardo estaria entre os 100 melhores do mundo. Para chegar mais longe, dependeria exclusivamente dele…
Atualmente temos um caso famoso, que é o Marat Safin. Todos os jogadores e técnicos afirmam que Safin é um dos jogadores mais bem dotados do circuito. Se ele fosse focado e disciplinado como um Sampras ou Hewitt , seria No1 do mundo por muitos anos. Mas as mulheres, boates, cigarros, garrafas de vinho e tardes de folga estão atrapalhando. Mas como o próprio Safin diz, “não é meu problema, é minha escolha”.
No Challenger de São Paulo, em 2004, percebi que o Ricardo estava batendo muito bem na bola, se movimentando bem, mas um pouco ansioso e afobado. Na 2a rodada contra o André Sá, apesar de batendo bem na bola, estava apressado e acabou cometendo muitos erros não forçados. O André teve uma ótima semana e acabou vencendo o torneio.
Em Campos do Jordão, ainda jogando bem, o Ricardo venceu uma ótima partida nas oitavas de final contra o americano Justin Gimelstob e acabou perdendo por 7/6 7/6 para o japonês Takao Suzuki, que com certeza sacou a melhor partida da sua vida. Suzuki venceu o torneio sem dificuldades.
Já em Belo Horizonte, o Ricardo venceu uma partida incrível contra o israelense Dudi Sela 7/6 6/7 7/6 e foi até a final, perdendo para o sérvio Janko Tipsarevic.
E em Gramado, o Ricardo venceu o torneio, ganhando na final do mesmo Tipsarevic.
Foi um mês de torneios no Brasil, e todo esse tempo treinando firme, comendo bem, fazendo exercícios todos os dias e totalmente concentrado, sem nada para desviar a atenção.
Tivemos duas semanas de treino na academia antes do US Open, com ênfase no saque, preparação física, musculação e uma boa alimentação.
Embarcamos para os Estados Unidos num sábado à noite e chegamos em Nova York no domingo na hora do almoço. Chegamos, descarregamos as malas no apartamento e já fomos treinar. Foram mais duas semanas de dedicação total ao tênis, sem passear, sem fazer compras, sem sair à noite, treinando dois períodos, sacando e fazendo musculação todos os dias. A consequencia de tudo isso foi o melhor resultado da vida do Ricardo num torneio de Grand Slam. Foi a 1a vez que ele venceu uma rodada na chave principal, foi a 1a vez que ele jogou (e venceu) uma partida de 5 sets, foi a 1a vez que ele jogou num estádio como o Arthur Ashe e foi a 1a vez que ele atingiu a lista dos 100 melhores tenistas do mundo. Tudo isso conseqüência de no mínimo 100% de dedicação ao tênis, nada menos.
Na semana seguinte, muito confiante com a bela campanha do US Open, o Ricardo entrou para a história, vencendo o ATP Tour de Delray Beach na Flórida, e vencendo 3 jogadores entre os 30 melhores do mundo.
Precisamos acreditar que resultados são apenas consequências de muita disciplina, muito sacrifício e muita dedicação. Não devemos cobrar resultados e sim dedicação. O resto acontece.
Acredito cegamente que o nosso sucesso é proporcional ao nosso sacrifício. Quanto mais sacrifício, mais sucesso. Não teremos sucesso em nada na vida se não fizermos sacrifícios. O Ricardo já sabe disso, e quem sabe antes que seja tarde, o Safin não descubra isso também…
Se você quiser ser um dos melhores no que você faz, só com 100% de dedicação e muito sacrifício.
Parabéns e obrigado ao Correio Popular e à Liga Campineira de Tênis por nos proporcionar este maravilhoso torneio.
Até a Raquete de Ouro de 2005.
Um abraço,
Marcelo Tella
Em 1o lugar, eu gostaria de agradecer o convite da organização para falar algumas palavras na mais tradicional e mais importante festa do tênis campineiro, da qual eu faço questão de participar.
A Raquete de Ouro é o torneio mais importante de Campinas e região, e com certeza o maior e mais tradicional torneio do interior do Brasil (hoje com mais de 800 participantes), perdendo apenas para as grandes capitais.
Pela Raquete de Ouro passaram todos os jogadores de Campinas, sem exceção, nomes como nosso presidente Amadeu Galli, Gustavo Tella Ferreira, João Soares, Luciana Tella, Flávio Saretta, André Moreira, Ricardo Mello, entre outros.
Bom, aproveitando o momento, eu gostaria de passar um pouco a experiência que eu tive neste ano de 2004 com o Ricardo Mello.
Anos atrás, eu travava com ele uma batalha diária para que ele chegasse sempre no horário nos treinos, fizesse musculação todos os dias, se alimentasse bem, alongasse, etc. Hoje, isto não é mais necessário. Ele sabe que tudo isso é muito importante, e faz tudo sem abrir a boca.
Há muitos anos que eu digo para ele: “Você tem muito talento. Se conseguir juntar todos os outros fatores, você pode ir muito longe…” Eu nunca tive dúvidas que o Ricardo estaria entre os 100 melhores do mundo. Para chegar mais longe, dependeria exclusivamente dele…
Atualmente temos um caso famoso, que é o Marat Safin. Todos os jogadores e técnicos afirmam que Safin é um dos jogadores mais bem dotados do circuito. Se ele fosse focado e disciplinado como um Sampras ou Hewitt , seria No1 do mundo por muitos anos. Mas as mulheres, boates, cigarros, garrafas de vinho e tardes de folga estão atrapalhando. Mas como o próprio Safin diz, “não é meu problema, é minha escolha”.
No Challenger de São Paulo, em 2004, percebi que o Ricardo estava batendo muito bem na bola, se movimentando bem, mas um pouco ansioso e afobado. Na 2a rodada contra o André Sá, apesar de batendo bem na bola, estava apressado e acabou cometendo muitos erros não forçados. O André teve uma ótima semana e acabou vencendo o torneio.
Em Campos do Jordão, ainda jogando bem, o Ricardo venceu uma ótima partida nas oitavas de final contra o americano Justin Gimelstob e acabou perdendo por 7/6 7/6 para o japonês Takao Suzuki, que com certeza sacou a melhor partida da sua vida. Suzuki venceu o torneio sem dificuldades.
Já em Belo Horizonte, o Ricardo venceu uma partida incrível contra o israelense Dudi Sela 7/6 6/7 7/6 e foi até a final, perdendo para o sérvio Janko Tipsarevic.
E em Gramado, o Ricardo venceu o torneio, ganhando na final do mesmo Tipsarevic.
Foi um mês de torneios no Brasil, e todo esse tempo treinando firme, comendo bem, fazendo exercícios todos os dias e totalmente concentrado, sem nada para desviar a atenção.
Tivemos duas semanas de treino na academia antes do US Open, com ênfase no saque, preparação física, musculação e uma boa alimentação.
Embarcamos para os Estados Unidos num sábado à noite e chegamos em Nova York no domingo na hora do almoço. Chegamos, descarregamos as malas no apartamento e já fomos treinar. Foram mais duas semanas de dedicação total ao tênis, sem passear, sem fazer compras, sem sair à noite, treinando dois períodos, sacando e fazendo musculação todos os dias. A consequencia de tudo isso foi o melhor resultado da vida do Ricardo num torneio de Grand Slam. Foi a 1a vez que ele venceu uma rodada na chave principal, foi a 1a vez que ele jogou (e venceu) uma partida de 5 sets, foi a 1a vez que ele jogou num estádio como o Arthur Ashe e foi a 1a vez que ele atingiu a lista dos 100 melhores tenistas do mundo. Tudo isso conseqüência de no mínimo 100% de dedicação ao tênis, nada menos.
Na semana seguinte, muito confiante com a bela campanha do US Open, o Ricardo entrou para a história, vencendo o ATP Tour de Delray Beach na Flórida, e vencendo 3 jogadores entre os 30 melhores do mundo.
Precisamos acreditar que resultados são apenas consequências de muita disciplina, muito sacrifício e muita dedicação. Não devemos cobrar resultados e sim dedicação. O resto acontece.
Acredito cegamente que o nosso sucesso é proporcional ao nosso sacrifício. Quanto mais sacrifício, mais sucesso. Não teremos sucesso em nada na vida se não fizermos sacrifícios. O Ricardo já sabe disso, e quem sabe antes que seja tarde, o Safin não descubra isso também…
Se você quiser ser um dos melhores no que você faz, só com 100% de dedicação e muito sacrifício.
Parabéns e obrigado ao Correio Popular e à Liga Campineira de Tênis por nos proporcionar este maravilhoso torneio.
Até a Raquete de Ouro de 2005.
Um abraço,
Marcelo Tella